terça-feira, 30 de junho de 2009

Epilepsia + Tratamento com dieta cetogênica.

Existem relatos a mais de 5500 anos sobre essa doença. Os egípcios, no papiro de Smith, aborda o fato de indivíduos com ferimentos no crânio terem crises convulsivas. Mas essas crises, durante a história, foram sempre concedidas a algo sobrenatural ( em geral associada a possessão demoníaca). Por volta de 400 a.C. Hipócrates,o “Pai da medicina”, afirmou que a epilepsia estava associada ao cérebro e não a efeitos sobrenaturais. A partir dai novas pesquisas buscam mais e mais conhecer sobre essa doença.
Primeiramente deve-se diferenciar crise epiléptica de epilepsia. A crise epiléptica é uma alteração cerebral causada por uma descarga excessiva e sincrônica de um grupo de neurônio, sendo esta manifestação muito variável. Quando a sintomatologia é motora ela é dita convulsiva. A epilepsia é a condição de crises epilépticas recorrentes causadas por uma anomalia cerebral, que pode resultar de inúmeras etiologias (mais de 40 conhecidas). A localização do sinal determina como será a crise. Descargas focais causam crises parciais e descargas difusas causam crises generalizadas. De todas as crises a mais conhecida é a tônica-clônica, em que o paciente perde a consciência e cai rígido, com as extremidades do corpo tremendo e se contraindo.
As causas da crise epilética são muito variadas, mas mutação de genes codificantes de proteínas das subunidades dos receptores de membrana, lesões traumáticas e a simples tendência são as causas mais comuns para o aparecimento desta.
Vários receptores iônicos foram associados ao aparecimento de epilepsia, dentre eles a mutação no gene codificantes do canal de sódio faz com que ele fique aberto por muito tempo, gerando uma hiperestimulação. Com isso há uma liberação excessiva de glutamato, um neurotransmissor excitatório, e uma união com receptores glutaminérgicos em grande quantidade, o que leva a uma liberação anormal de Ca2+ no neurônio pós-sináptico. Mutações que levam a baixa produção ou ineficiência do GABA (ácido gama-aminobutírico), neurotransmissor inibitório, auxiliam também na maior excitabilidade das células neuronais. Com isso há descargas excessivas, súbitas e recorrentes no córtex cerebral.

O mecanismo para ocorrência da epilepsia é o seguinte:
Um insulto inicial, quando ocorre a ativação de canais iônicos e receptores de membrana, gera uma cascata de reações que resulta no acúmulo de glutamato e a elevação dos níveis intracelulares de cálcio, que modifica a expressão gênica e a síntese protéica. A partir dai ocorre a morte neural, necrose e apoptose, conjuntamente a um processo inflamatório, a neurogênese e a reorganização simpática. Após um período latente variável, crises espontâneas e recorrentes começam a ocorrer, o que caracteriza a epilepsia crônica.
Cientistas acreditam que existe uma relação intima entre epileptogênese e plasticidade neuronal, pois ambos dependem da ativação de receptores do tipo NMDA para a sua indução de receptores AMPA para sua manutenção e síntese de proteínas específicas para a sua fixação a longo prazo. Acredita-se que a epileptogenese corresponde a uma exarcebação anômala dos mecanismos da neuroplastia. Com isso é possível compreender a relação entre a alta capacidade de processamento cerebral e o surgimento de epilepsia. O córtex cerebral e o hipocampo, que são relacionados a memória e o aprendizado costumam ser mais suscetíveis a epileptogênese, o que comprova que existe realmente uma relação entre a plasticidade e o desenvolvimento de epileptogênese.
Existem vários tratamentos para a epilepsia, sendo que eles tem o objetivo de diminuir/ amenizar ou eliminar a ocorrência de crises epilépticas. Dentre eles se tem:
Anticonvulsivante- monoterapia/politerapia.
Cirúrgico- Quando medicamentos não funcionam e quando é focal. Motivos mais comuns: tumores e mal formações arteriovenosas.
Estimulação do nervo vago- Estímulos em intervalos e com intensidade definidos
Dieta cetogênica- É uma dieta com baixa ingestão de carboidratos e alta de lipídeos e proteínas que é usada no tratamento de crianças epilépticas com dificuldade de tratamento. Essa dieta mimetiza a situação de jejum prolongado, fazendo com que haja uma produção de corpos cetônicos, que tem uma ação antiepiléptica. Não se sabe o mecanismo exato do funcionamento da dieta cetogênica, mas existem teorias que tentam explicar tal processo.
1- aumento da estabilidade neuronal e aumento dos níveis de GABA nos terminais nervosos;
2- a acidose gerada pelos corpos cetô nicos altera o “threshold” da convulsão (estimulo mínimo p/ que haja o efeito);
3- variação na fluidez e balanço eletrolítico;
4- variação na concentração de lipídeos;



Referencias Bibliográficas:
http://en.wikipedia.org/wiki/Epilepsy
http://www.epilepsy.com/

Postado Por:
Thiago Henrique de Moraes Modesto e
Lais Mitsue Tanaka Gonçalves

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Vídeo

Bom, pessoal... Um video para descontrair um pouquinho!



Sing along!

Well, just begin my way down the nerve axon (yeah, yeah)
I’m making my way, way down to the synaptic button
I’m just an action potential rolling down the nerve cell and throw the end
And there are some little critters that are technically called neurotransmitters
Yeah, they are released from pre-synaptic vesicles into the synapse
They travel across the transmembrane space and act at the postsynaptic receptors

Cause EPSPs if they are excitatory
Or vice versa for inhibitory neurotransmitters, they can cause IPSPs
But either way they cause some trouble on the other side
Yeah, we got neurotransmitters
Oh, yeah, I fucking love neurotransmitters

Oh, well we’ve got dopamine, serotonin,
We’ve got GABA, my personal favorite
Off course, there’s noradrenalin

Dopamine is released from the terminals by cocaine, a hell off a drug
And serotonin imbalanced cause depression
That’s why there are so many drugs that potentiate or inhibit its re-up taking
Yeah, we’ve got GABA
Alcohol potentiates its actions on the GABA receptors by binding allosterically
And noradrenalin, oh shit, neurotransmitters speaks for itself
Yah, it’s adrenalin
Getting adrenalin rush

Singing about neurotransmitters
Oh, everyday
I mean, shit, they help you walk, they help you run, they help you play,
Do any damn thing you like

When they go bad, you get disappointing mental disorders
But for now we’re just gonna think about the happy times
I love neurotransmitters!



Postado por: Carolina da Silveira Alves

Sinapses inibitórias


Nesse tipo de sinapse, a atuação dos neurotransmissores GABA ou glicina gera um PIPS – potencial inibitório pós-sináptico, que inibe a formação de um potencial de ação a partir da hiperpolarização da membrana. Esses neurotransmissores atuam sobre canais de íons Cl- ou K+.

Na situação de repouso, a concentração de íons potássio no interior da célula é aumentada em relação ao meio extracelular. Dessa forma, a abertura dos canais iônicos de K+ pela atuação do GABA ou da glicina causa a saída de certa quantidade desse cátion da célula. Como, em repouso, a parte interna da membrana plasmática apresenta carga negativa em relação à sua face extracelular, a saída de cátions faz com que a natureza negativa do meio intracelular seja acentuada. Nesse caso, fala-se em uma hiperpolarização de membrana, que passa a apresentar um potencial mais negativo que o potencial apresentado no repouso, cerca de -65 mV.


Em relação aos íons cloreto, o seu potencial de repouso é de cerca de -65 mV, assim como o potencial da membrana na situação de repouso. Quando os canais de Cl- são abertos pelos neurotransmissores, pode haver entrada de íons cloreto na célula, no caso de o potencial da membrana, no momento da abertura desses canais, estar menos negativo que o potencial de repouso desse íon, isto é, no caso de a membrana apresentar um potencial maior que -65 mV. Essa entrada de Cl- vai tornar o potencial de membrana mais negativo, por aumentar a quantidade de cargas negativas no meio intracelular, o que é chamado hiperpolarização. Caso o potencial da membrana fosse igual ao potencial de repouso do cloreto, o PIPS gerado atua no sentido de impedir que um PEPS – potencial excitatório pós-sináptico gerado no mesmo axônio ou dendrito crie um potencial de ação. Esse mecanismo é chamado inibição por derivação, e, de maneira simplificada, acontece da seguinte forma: quando o fluxo positivo gerado pelo PEPS chega à região onde a sinapse inibitória está ativa, esta causa um desvio nesse fluxo (saída dos cátions) que impede a chegada do potencial de ação ao terminal de implantação axonal, como uma espécie de circuito de derivação elétrico. Resumidamente, a explicação da inibição por derivação é que o movimento de entrada de íons cloreto carregados negativamente (o que gera a hiperpolarização da membrana) corresponde, na prática, à saída de íons positivamente carregados.



FUNCIONAMENTO DOS CANAIS IÔNICOS ATIVADOS POR TRANSMISSOR

É relevante explicar, de maneira breve, o funcionamento dos canais iônicos ativados por transmissores, várias vezes citados nas postagens sobre sinapses.

Os canais iônicos ativados por transmissor são proteínas transmembrana compostas, em geral, por 4 ou 5 subunidades que formam um poro entre elas. Na ausência de neurotransmissor, esse poro encontra-se fechado. Quando o neurotransmissor correspondente se liga a sítios específicos na região extracelular no canal ele induz mudança conformacional nessa proteína, que consiste em uma leve torção das subunidades, o que causa a abertura do poro.
Referências Bibliográficas:

Bear, Mark F., Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 3ª edição, 2008.

Postado por: Carolina da Silveira Alves e Cecília Ramos Fideles

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sinapses excitatórias

Nesse tipo de sinapse, ocorre a criação de um PEPS – potencial excitatório pós-sináptico a partir de uma despolarização da membrana. Essa despolarização significa um aumento do potencial de membrana, que em repouso corresponde a -65 mV, para um valor menos negativo, por exemplo, -45 mV. O valor numérico do PEPS é dado pela diferença entre os potenciais de membrana final e inicial (nesse caso, por exemplo, o PEPS foi de +20 mV). Esse valor representa sempre o somatório de vários potenciais excitatórios, que podem se somar espacialmente – na medida em que um neurônio realiza diversas conexões e recebe inúmeros estímulos simultaneamente – ou temporalmente – no caso de ocorrer a estimulação seguida em uma msma sinapse, em intervalos de tempo muito reduzidos. Caso esse potencial atinja o limiar de excitação (lembrar da lei do tudo ou nada: existe um valor mínimo que deve ser atingido para que um impulso nervoso seja gerado; qualquer potencial com valor maior que ele irá gerar um impulso, e qualquer potencial com valor menor, não.), um potencial de ação será gerado na célula pós-sináptica.


Em geral, os neurotransmissores que atuam nas sinapses excitatórias são a acetilcolina, o glutamato e a serotonina. Eles promovem a abertura de canais iônicos de Na+. Como, em situação de repouso, a concentração do íon sódio no meio extracelular é muito maior que a do intracelular, a abertura desses canais causa a entrada de significativa quantidade de Na+ na célula. No repouso, a membrana da célula apresenta-se polarizada, apresentando carga negativa na face voltada para o citosol e carga positiva na face voltada para o meio extracelular. Dessa maneira, a entrada de íons positivos no interior da célula modifica a natureza negativa desse ambiente, o que causa a despolarização da membrana.

A partir da despolarização da membrana, canais de íons Ca2+, que são voltagem-dependentes, se abrem, permitindo o influxo desses íons, o que gera o potencial de ação.
Um aspecto interessante a respeito dos PEPSs que eles apresentam natureza quântica, o que é explicado pelo fato de que as vesículas sinápticas armazenam aproximadamente a mesma quantidade de neurotransmissores. Dessa forma, um PEPS é sempre um múltiplo do PEPS gerado a partir da liberação de uma única vesícula sináptica. A amplitude de um PEPS depende da região da sinapse, isto é, ela deve ser condizente com a amplitude de estimulação necessária para produzir um potencial de ação na célula pós-sináptica. Assim, os PEPS nas junções neuromusculares apresentam valores bem grandes, pois a transmissão do potencial de ação deve ser infalível, isto é, deve haver propagação do potencial de ação sempre que houver estimulo. Já nas sinapses do sistema nervoso central, caso cada uma delas fosse capaz de gerar um PEPS que produzisse um potencial de ação na célula vizinha, o neurônio seria só uma estação de transmissão. A maioria dos neurônios, contudo, executa computações sofisticadas, requerendo que muitos PEPS sejam adicionados para produzir significante despolarização da membrana pós-sináptica.




Referências Bibliográficas:

Bear, Mark F., Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 3ª edição, 2008.
Postado por: Carolina da Silveira Alves e Thiago Henrique de Moraes Modesto

Plasticidade Sináptica.



            O cérebro humano está em constante mudança, sendo esta capacidade conhecida como plasticidade. Alguns neurônios individualmente são capazes de sofrerem diferenciações por várias razoes ( durante o desenvolvimento, em resposta a danos cerebrais, no processo de aprendizagem e quanto é jovem).

Dentre os mecanismos de plasticidade, a plasticidade sináptica é a mais importante (como os neurônios alteram sua capacidade de intercomunicação).

            As integrações entre os neurônios, durante seu desenvolvimento, requerem um ajuste muito fino e a medida que interagimos com o ambiente estas interações sinápticas sofrem modificações (formando novas sinapses , reforço das com atividade sináptica útil, enfraquecimento ou desaparecimento das com pouca atividade). A transmissão sináptica está correlacionada com a liberação de neurotransmissores, sendo que estes interagem com moléculas protéicas específicas (receptores). A resposta elétrica derivada desta interação é uma medida da forca sináptica, podendo gera mudanças relativamente curtas ou até por todas a vida. Dois processos são importantes: potencial de longa duração (LTP) -aumenta a forca sináptica- e depressão de longa duração (LTD) – que a enfraquece-.

            Glutamato, um neurotransmissor excitatório do sistema nervoso central, funciona como agente nas sinapses plásticas. Os receptores do glutamato, que se encontram principalmente na região pós-sináptica (que recebe o estímulo), podem pertencer a quatro categorias diferente, sendo três delas receptores inotrópicos – AMPA, NMDA e cainato- e uma delas um receptor metabotrópico – mGluR. Mesmo os receptores tendo o mesmo neurotransmissor eles desempenham funções distintas. Os receptores inotrópicos contem um canal iônico, capaz de produzir um potencial excitatório pós-sináptico, e os receptores inotrópicos modulam a natureza e intensidade da resposta. Dentre esse receptores os mais importantes para a plasticidade sináptica são o AMPA e o NMDS, que são conhecidos como moléculas de memória.

            A duração da ligação do glutamato ao NMDA é um dos fatores determinantes da plasticidade. Quando a estimulação é lenta não há plasticidade, pois rapidamente o glutamato sai e um íon Mg2+ se liga a proteína de membrana e assim ocupando a região. Em contrapartida, quando existe uma repetição de estímulos, existe um aumento na despolarização do neurônio pós-sináptico retirando Mg2+ do canal. Existem dois mecanismos para a transmissão sináptica: despolarização (bomba de sódio/potássio) e com a entrada de Ca2+ (onda muito breve). Nesse processo existem enzima que são ativadas – participantes do processo de formação de memória - com a entrada co cálcio.

            Um aumento na liberação de neurotransmissores pode estar associada as alterações na intensidade ou força  sináptica, mas cientistas acreditam que é um aumento na quantidade ou da eficiência dos receptores AMPA que gera estas alterações (ambos os casos aumentam o potencial excitatório).

            A plasticidade sináptica tem papel fundamental em ocasiões de danos ao cérebro. Mesmo em casos de acidentes que causam a morte de certos neurônios existe uma certa recuperação, gerada por neurônios que se adaptam e podem assim funções similares ao dos que foram perdidos. Este processo, de aprendizagem, mostra a capacidade do cérebro de recuperar ou adaptar-se a ocasiões específicas.

 Referências bibliográficas:

www.cerebromente.org.br/n05/tecnologia/plasticidade

br.geocities.com/fisioterapiabsb/artigos/e015.html

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH4B_Shi1WYOy0JdrpDUOFmaobtPhp7nTq1Y9AEZXFMiuMHpC6CyBQJOJ7RjH6AcGl-SrYWr9W_b8KVDdZP94u8SblvKubtrxTJmJrR_piAmhJOwOwlrTo0nwqglqqjls3ux3RF2EA06o/s1600-h/cere.jpg


Postado Por:

Thiago Henrique de Moraes Modesto e

Carolina da Silveira Alves


Neuropeptídeos


Durante a década de 1980 foram descobertos novos peptídeos capazes de regular determinados aspectos da função neuronal e atuar para a modulação de respostas somáticas diversas, como a sensibilidade e as emoções (substância P e encefalinas), a fome, dor, prazer, respostas ao estresse (β-endorfina, adrenocorticotrofina, entre outros), entre diversos outros processos, totalizando mais de 50 neuropeptídeos classificados como excitatórios ou inibitórios.

Esses peptídeos derivam de poliproteínas precursoras, sendo que um precursor, codificado por um gene, pode dar origem a diferentes neuropeptídeos conforme as diferentes maneiras de processamento. A síntese ocorre, então, primeiramente no retículo endoplasmático rugoso, seguindo, dentro de vesículas, para o Complexo de Golgi, onde esse propetídeo é clivado (sofre proteólise limitada, controlada pelo pH das vesículas) para que adquira a forma que será secretada pelas vesículas secretoras.

Esse processo de síntese ocorre no citoplasma perinuclear do corpo celular do neurônio, havendo necessidade de as vesículas serem transportadas para a terminação nervosa. Para tanto, o neuropeptídeo formado possui um domínio (“sorting domain”), que determina a rota de seu tráfego intracelular, bem como define sua conformação e função.

Sua ação em geral é mais prolongada que aquela mediada por neurotransmissores não-petídicos, e eles podem coexistir em um espaço sináptico, atuando em integração. Além da função neuroativa (relacionada à permeabilidade da célula pós-sináptica a íons, à regulação da liberação de neurotransmissores pela célula pré-sináptica, bem como às respostas excitatórias ou inibitórias), os neuropeptídeos podem ser encontrados atuando como hormônios, liberados na corrente sanguínea. Neuropeptídeos com resíduos de aminoácidos semelhantes são agrupados em famílias: opióides, neuro-hipofisária, taquicininas, secretinas, insulinas, somatostatinas, gastrinas.

Podem ser listados alguns tipos de neuropeptídeos pertencentes a cada uma dessas famílias:

•Opióides: Opiocortinas; Encefalinas e Dinorfinas.

•Neuro-hipofisária: ADH; Ocitocina e Neurofisinas.

•Taquicininas: Substancia P; Cassinina; Bombesina; Substância K; Uperoleína; Fisalaemia.
•Secretinas: Secretina; Glucagon; Peptídeo Intestinal Vasoativo (VIP); Peptídeo Inibidor Gástrico; GHRH; Peptídeo Histidina Isoleucinamida.

•Insulinas: Insulina; Fatores I e II do Crescimento semelhantes à Insulina. •Somatostatinas: Somatostatina; Polipeptídeo Pancreático.

• Gastrinas: Gastrina; Colecistoquinina.


A remoção desses transmissores da fenda sináptica pode ocorrer por difusão ou degradação enzimática, não havendo, como no caso dos neurotransmissores não-peptídicos, mecanismos para recaptação e reaproveitamento. Isso ocasiona grande dependência das terminações nervosas peptidérgicas em relação ao corpo celular nos locais distantes da síntese.




Referências Bibliográficas:

http://www.sistemanervoso.com/pagina.php?secao=6&materia_id=256&materiaver=1

http://www.scribd.com/doc/14180375/Bioquimica-neuropeptideos

Goodman, L. S. & Gilman, A. As bases farmacológicas da terapêutica. 9a edição, 1996.




Postado por Cecília Ramos Fideles.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Processos fisiológicos relacionados aos neurotransmissores

Enfoque em mecanismos bioquímicos, mais especificamente neuroquímicos – respostas fisiológicas às transmissões sinápticas
(dor, prazer, memória, emoções, sono)


Antes de começar a falar propriamente sobre os processos fisiológicos desencadeados como resposta às transmissões sinápticas via neurotransmissores – tais como dor, prazer, memória, emoções e sono – falemos do embasamento neurofisiológico e neuroquímico que se tem por trás dessas respostas. Como já foram mostrados, em outros posts no blog, os mecanismos de síntese, liberação, recepção e degradação que desencadeiam respostas excitatórias ou inibitórias nos potenciais pós-sinápticos, esses pré-requisitos serão utilizados nas explicações de embasamento neurofisiológico e neuroquímico dos processos fisiológicos. Para exemplificar essas correlações, pode-se citar o processo da memória, que requer alterações de duração prolongada nos neurônios após a substância transmissora inicial não estar mais presente, sendo necessário o uso de segundos mensageiros nos neurônios pós sinápticos – visto que os canais Iônicos não são adequados para causar alterações neuronais pós-sinápticas prolongadas – havendo essa necessidade de receptores metabotrópicos

•A neurofisiologia nos ajuda a conhecer o sistema nervoso por
dentro, para que possamos entender suas intrincadas maneiras de funcionamento,
suas nuances e suas particularidades.
•A neurofisiologia clínica objetiva o estudo funcional do sistema nervoso tendo por fim a aplicação diagnóstica,
terapêutica e de monitoração de funções envolvendo esse sistema (por exemplo,
monitorando-se a atividade elétrica com eletrencefalografia (EEG),
eletroneuromiografia (ENMG), potenciais evocados (PE) e polissonografia (PSG).
•A neuroquímica estuda a estrutura química de certas moléculas
e suas atividades no Sistema Nervoso Central (SNC) – possui embasamento
bioquímico, fisiológico e farmacológico.
  • E falando um pouco sobre esses processos fisiológicos relacionados ao sistema nervoso para uma breve introdução...

    MEMÓRIA
    A memória biológica é definida como aquisição, armazenamento e evocação de informação cerebral. Ela é ativada pela passagem de um determinado impulso sensorial por uma seqüência de sinapses, e quanto maior a freqüência dessas passagens, essas sinapses se tornam cada vez mais capazes de transmitir o mesmo impulso em uma próxima vez – processo chamado de facilitação. A consolidação da memória se dá no momento seguinte ao acontecimento ao qual ela se refere, sendo assim, fatores externos podem facilitar sua posterior evocação. Desse modo é possível a realização de treino dessa capacidade cerebral: pesquisas realizadas com ratos envolvendo treinos de memória demonstraram que ocorre ativação de sistemas neuro-hormonais para modular o processo de memorização.










Continua...
Bibliografia:
http://www.sbnc.org.br/ensino1.htm
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/3272
http://www.iupe.org.br/ass/psicanalise/psi-neurofisiologia.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%B3ria"
http://moodle.unipar.br/mod/resource/view.php?inpopup=true&id=12675
*Costa, J. e Tomaz, C. Neurociência e Memória
*Lent, R. Cem Bilhões de Neurônios-conceitos fundamentais em neurociência, Ed. Atheneu 2005
*Goodman, L. S. & Gilman, A. As bases farmacológicas da terapêutica. 9a edição, 1996.

Aminoácidos II - Glutamato e Aspartato



Esses neurotransmissores são encontrados em concentrações bem altas no cérebro e apresentam atividade excitatória extremamente poderosa nos neurônios de praticamente todo o Sistema Nervoso Central. Correspondem aos dois aminoácidos ácidos encontrados entre os vinte comumente citados, sendo também ambos dicarboxílicos.


Glutamato


O principal neurotransmissor excitatório do SNC é sintetizado a partir de glutamina, por ação da enzima glutaminase. Pode ser sintetizado, também, a partir do α-cetoglutarato, um intermediário do ciclo de Krebs, por ação da enzima GABA transaminase, que o converte em glutamato. Encontra-se amplamente distribuído no cérebro e demais regiões do SNC, e é armazenado em vesículas nas sinapses.

Entre os receptores para o glutamato, encontramos receptores ionotrópicos: ácido α-amino-3-hidroxi-5-metil-4-isoxazol propiônico (AMPA), cainato e N-metil-D-aspartato (NMDA). Os receptores cainato e AMPA medeiam a despolarização rápida na maioria das sinapses no cérebro e na medula espinhal, geralmente associados a canais de influxo de íons sódio. Os receptores NMDA, por sua vez, relacionam-se à entrada de íons cálcio na célula, sendo controlados pelo ligante (glutamato) e também por voltagem. Isso acontece porque esses receptores (que se encontram bloqueados por magnésio nos potenciais de membrana em repouso) requerem, para sua ativação, não apenas a ligação do glutamato, mas também a despolarização simultânea da membrana pós-sináptica conseguida pela ativação de receptores AMPA e cainato em sinapses próximas de neurônios de entrada diferentes. Assim, percebe-se que os receptores NMDA são ativados, em geral, quando da descarga simultânea de dois ou mais neurônios distintos.

Também são encontrados receptores metabotrópicos, acoplados a proteínas G, que são subdivididos em três grupos (mGlu I, II e III) e que possuem atividade mais expressiva em termos pré-sinápticos, para regulação por feedback da liberação do neurotransmissor.

Acredita-se que o glutamato atue na memória e cognição do indivíduo, fato que pode ser relacionado à participação do receptor NMDA na plasticidade sináptica (alteração da “força sináptica”, ou seja, da capacidade de excitação ou inibição da célula pós-sináptica) e na indução da potencialização de longo prazo (LTP), que se refere a um aumento prolongado (horas a dias) na magnitude de uma resposta pós-sináptica a um estímulo pré-sináptico.

Após sua atividade no receptor, glutamato é retirado ou recaptado da fenda sináptica através de proteínas transportadoras, localizadas na membrana de células gliais e no neurônio pré-sináptico, garantindo assim a homeostase. Processa-se, então, dentro da célula glial, o início de uma via de reutilização através da conversão do glutamato em glutamina (enzima glutamina sintetase). A glutamina é transportada através da membrana da célula glial para o neurônio pré-sináptico e então convertida em glutamato pela enzima glutaminase para ser estocado novamente em vesículas. A ação reversa, em condições patológicas, desses transportadores de recaptação pode levar a uma condição conhecida por excitotoxicidade, na qual a excessiva entrada de íons na célula pós-sináptica, notadamente íons cálcio, é capaz de ativar mecanismos apoptóticos.


Aspartato

Esse aminoácido é codificado pelo material genético humano, pertencendo ao grupo dos aminoácidos não essências para o homem. Localiza-se especialmente na medula espinhal, formando um par excitatório/inibitório, respectivamente, caracterizado por aspartato/glicina, assim como o fazem glutamato/GABA no encéfalo.
É reabsorvido pela membrana pré-sináptica após sua atividade excitatória sobre a célula pós-sináptica e existem indícios de que esse neurotransmissor se relacione com fenômenos de resistência ao estado de fadiga.






Referências Bibliográficas:

http://www.cerebromente.org.br/n08/doencas/drugs/abuse07.htm

http://www.inec-usp.org/cursos/cursoII/principais_neurotransmissores_excitatorios_inibitorios.htm

http://www.benbest.com/science/anatmind/anatmd10.html#glycine

Goodman, L. S. & Gilman, A. As bases farmacológicas da terapêutica. 9a edição, 1996.



Postado por Cecília Ramos Fideles e Carolina da Silveira Alves.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Drogas: neurotransmissores artificiais que afetam a homeostase corporal

Drogas são substâncias químicas, naturais ou sintéticas, que produzem modificações de funções fisiológicas e psicológicas do organismo homeostático, alterando caracteristicamente as sensações, o humor e o comportamento. As drogas agem de diversas maneiras e essa é a base da sua classificação. Abaixo segue uma tabela com a classificação das drogas e a explicação de seus efeitos.

Drogas Depressoras

Substância

Origem

Conhecidas como

Possíveis efeitos

Possíveis conseqüências

Ansiolíticos
ou tranqüilizantes

Substâncias sintéticas
produzidas em laboratório.

Sedativos, calmantes.

Valium, Lexotan, Diazepan,Dienpax,
Librium,Lorax,
Rohypnol,
Dalmadorm.

Alívio da tensão e da ansiedade, relaxamento muscular, sonolência, fala pastosa, descoordenação dos movimentos, falta de ar.

Em altas doses podem causar queda da pressão arterial.

Quando usadas com álcool, aumentam os seus efeitos, podendo levar a estado de coma.

Em grávidas podem causar mal formação fetal.

Álcool etílico

Obtido a partir de cana-de-açúcar, cereais ou frutas, através de um
processo de fermentação
ou destilação.

Álcool, "birita", "mé", "mel", "pinga", "cerva".

Em pequenas doses: desinibição, euforia, perda da capacidade crítica;

Em doses maiores: sensação de anestesia, sonolência, sedação.

O uso excessivo pode provocar náuseas, vômitos, tremores, suor abundante, dor de cabeça, tontura, liberação da agressividade, diminuição da atenção, da capacidade de concentração, bem como dos reflexos, o que aumenta o risco de acidentes.

O uso prolongado pode ocasionar doenças graves como, por exemplo, cirrose no fígado e atrofia (diminuição) cerebral.

Inalantes ou solventes

Substâncias químicas.

Cola de sapateiro, esmalte, benzina, lança-perfume, "loló", gasolina, acetona, éter, tíner, aguarrás e tintas.

Euforia, sonolência, diminuição da fome, alucinações.

Tosse, coriza, náuseas e vômitos, dores musculares. Visão dupla, fala enrolada, movimentos desordenados e confusão mental.

Em altas doses, pode haver queda da pressão arterial, diminuição da respiração e dos batimentos do coração, podendo levar à morte.

O uso continuado pode causar problemas nos rins e destruição dos neurônios (células do sistema nervoso), podendo levar à atrofia cerebral.

O uso prolongado está freqüentemente associado a tentativas de suicídio.

Narcóticos (ópio e seus derivados: heroína, morfina e codeína )

Extraídos da papoula ou produtos sintéticos obtidos em laboratório.

Heroína, morfina e codeína (xaropes de tosse, Belacodid, Tylex,

Elixir paregórico, Algafan

Elixir paregórico, Algafan).

Dolantina, Meperidina e Demerol.

Sonolência, estado de torpor, alívio da dor, sedativo da tosse.

Sensação de leveza e prazer. Pupilas contraídas.

Pode haver queda da pressão arterial, diminuição da respiração e dos batimentos do coração, podendo levar à morte.

Na abstinência (interrupção do uso): bocejos, lacrimejamento, coriza, suor abundante, dores musculares e abdominais. Febre, pupilas dilatadas e pressão arterial alta.

Drogas Estimulantes ou Psicotrópticas

Substância

Origem

Conhecidas como

Possíveis efeitos

Possíveis conseqüências

Anfetaminas

Substâncias sintéticas obtidas em laboratório.

Metanfetamina, "ice", "bolinha", "rebite", "boleta".

Moderex, Hipofagin,

Inibex, Desobesi, Reactivan, Pervertin, Preludin..

Estimulam atividade física e mental, causando inibição do sono e diminuição do cansaço e da fome.

Em doses altas podem aparecer distúrbios psicológicos graves como paranóia (sensação de ser perseguido) e alucinações. Alguns casos evoluem para complicações cardíacas e circulatórias (derrame cerebral e infarto do miocárdio), convulsões e coma.

O uso prolongado pode levar à destruição de tecido cerebral.

Cocaína

Substância extraída da folha de coca, planta encontrada na América do Sul.

"Pó", "brilho", "crack", "merla", pasta-base.

Sensação de poder, excitação e euforia. Estimulam a atividade física e mental, causando inibição do sono e diminuição do cansaço e da fome. O usuário vê o mundo mais brilhante, com mais intensidade.

Pode causar taquicardia, febre, pupilas dilatadas, suor excessivo e aumento da pressão sangüínea.

Podem aparecer insônia, ansiedade, paranóia, sensação de medo ou pânico.

Pode haver irritabilidade e liberação da agressividade.

Em alguns, casos podem aparecer complicações cardíacas, circulatórias e cerebrais (derrame cerebral e infarto do miocárdio).

O uso prolongado pode levar à destruição de tecido cerebral.

Tabaco (nicotina)

Extraído da folha do fumo.

Cigarro, charuto e fumo.

Estimulante, sensação de prazer.

Reduz o apetite, podendo levar a estados crônicos de anemia.

O uso prolongado causa problemas circulatórios, cardíacos e pulmonares.

O hábito de fumar está freqüentemente associado a câncer de pulmão, bexiga e próstata, entre outros.

Aumenta o risco de aborto e de parto prematuro. Mulheres que fumam durante a gravidez têm, em geral, filhos com peso abaixo do normal.


 

Drogas Alucinógenas ou Psicodistrópticas

Substância

Origem

Conhecida como

Possíveis efeitos

Possíveis conseqüências

Maconha
(tetraidrocanabinol)

Substância extraída da planta Cannabis sativa.

Maconha, haxixe, "baseado", "fininho", "marrom".

Excitação seguida de relaxamento, euforia, problemas com o tempo e o espaço, falar em demasia e fome intensa. Palidez, taquicardia, olhos avermelhados, pupilas dilatadas e boca seca.

Prejuízo da atenção e da memória para fatos recentes; algumas pessoas podem apresentar alucinações, sobretudo visuais.

Diminuição dos reflexos, aumentando o risco de acidentes

Em altas doses, pode haver ansiedade intensa; pânico; quadros psicológicos graves (paranóia).

O uso contínuo prolongado pode levar a uma síndrome amotivacional (desânimo generalizado).

Alucinógenos

Substâncias extraídas de plantas ou produzidas em laboratório.

LSD (ácido lisérgico, "ácido", "selo", "microponto"),

psilocibina (extraída de cogumelos) e
mescalina (extraída de cactos).

Efeitos semelhantes aos da maconha, porém mais intensos.

Alucinações, delírios, percepção deformada de sons, images e do tato.

Podem ocorrer "más viagens", com ansiedade, pânico ou delírios.

Ecstasy (metileno-dióxi-
metanfetamina)

Substância sintética do tipo anfetamina, que produz alucinações.

MDMA, "êxtase", "pílula do amor".

Sensação de bem-estar, plenitude e leveza. Aguçamento dos sentidos.

Aumento da disposição e resistência física, podendo levar à exaustão.

Alucinações, percepção distorcida de sons e images.

Aumento de temperatura e desidratação, podendo levar à morte.

Com o uso repetido, tendem a desaparecer as sensações agradáveis, que podem ser substituídas por ansiedade, sensação de medo, pânico e delírios.


Assim o uso de drogas, chamadas assim por seu caráter comum de ser uma substancia proibida, pode ser feito de várias maneiras como por ingestão oral, por injeção intravenosa ou por inalação.

Mais tarde falaremos mais sobre a ação das drogas como neurotransmissores e de sua relação de tolerância e dependência.

 Bibliografia:

http://www.casadiajau.org/guia/03_tipos_drogas.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Droga

http://www.cerebromente.org.br/n08/doencas/drugs/anim1.htm

 Postado por: Rachel Maria de Souza Soares e  Thiago Henrique de Moraes Modesto..